segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NOSSAS CRENÇAS CIGANAS...




                                                                                                                                          NÓS CIGANOS VIVEMOS  SEMPRE EM CONTATO ESTREITO E RESPEITOSO COM A NATUREZA,AO LONGO DOS TEMPOS.
AMAMOS A MÃE TERRA QUE NOS DÁ ABRIGO,ALIMENTO E CALOR...ESTE PLANETA MARAVILHOSO QUE NOS ACOLHE E PRESENTEIA-NOS COM ESPETÁCULOS DE BELEZA ÍMPAR,COMO ALVORESCERES  ILUMINADOS E CREPÚSCULOS EXTASIANTES!
AGRADECEMOS AO CRIADOR DESTE UNIVERSO PELA OPORTUNIDADE QUE NOS DÁ DE VIVERMOS TODOS OS INSTANTES COM MUITO  ENTUSIASMO,ALEGRIA E AMOR! NOSSAS TRADIÇÕES E CRENÇAS NOS FALAM DE SERES ESPIRITUAIS,DE LUZ,QUE PRESIDEM CADA REINO DA NATUREZA:TERRA,ÁGUA,FOGO E AR...NO FOGO AS SALA MANDRAS, NA TERRA OS GNOMOS, ELFOS E FADAS,NAS ÁGUAS AS ONDINAS,NEREIDAS E SEREIAS...NO AR OS SILFOS E AS FADAS DO AR... E,POR ISSO,REZAMOS...


" Que os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar,
me dêem as forças necessárias para todas as dificuldades de minha vida.
Meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre,
com toda a pureza dos Elementais, dos Anjos Mensageiros de Deus
e da nossa Rainha Santa Sara Kali.


AMEM!"

Pagan Faery And Nature Spirit Art

domingo, 12 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um pouco sobre Magia Cigana...


As oferendas e os feitiços relacionados aos espíritos ciganos misturam o estilo da magia européia com alguns elementos da magia de origem africana. Assim, predominam as oferendas e simpatias colocadas em lugares exteriores, os banhos aromáticos, os ingredientes nacionais (frutas, pimentas, cereais, feijões e especiarias de uso comum) os potes de barro, mas também são usadas poções, velas, defumações, cristais, moedas, pregos, etc... de origem européia.
Segundo alguns autores, o trabalho com os espíritos pode ser resumido em algumas práticas básicas.
1) Aproximação: O espírito não é assentado, como os orixás e os exus, ele não pode ser obrigado a fazer nada, pois é um conselheiro, um guia superior. Ele se aproxima da pessoa e incorpora espontaneamente, ou dá intuições sem incorporar.
2) Oferendas: As oferendas para os espíritos ciganos incluem frutas, flores, pão, bebidas (vinho ou água), adornos (coloridos e brilhantes), velas, defumadores. Os espíritos ciganos nunca recebem sacrifício de animais. O melhor dia para entregar oferendas para os espíritos ciganos é o domingo, ao meio-dia, seu local preferido é junto a uma árvore na mata ou em um jardim.
3) Trabalho: O trabalho básico dos espíritos ciganos é a adivinhação. A técnica mais comum é a cartomancia, mas podem ser usadas a bola de cristal, a leitura de mãos e outras técnicas menos comuns (geralmente próprias de um determinado espírito). A partir do que seja visto na adivinhação, o espírito cigano pode realizar feitiços para corrigir o problema encontrado.
4) Cores: Os espíritos ciganos gostam de cores vivas e brilhantes. No ritual com espíritos ciganos, nunca é usada a cor preta: nem em roupas, nem em velas, fitas ou outro material qualquer.
5) Altar: Quem trabalha com um espírito cigano, é devoto de um deles ou deseja sua proteção, pode armar em casa um pequeno espaço devocional: sobre um móvel, ou mesmo sobre uma prateleira, é colocada uma boneca cigana, imagem ou mesmo um quadro com a cigana(o) de sua devoção que deve ser consagrado através de um ritual especial. A pessoa coloca junto à imagem suas oferendas (velas, água, cristais, pote da prosperidade etc...) e, quando quer fazer um pedido ou feitiço, coloca aí o material do encantamento, antes de despachá-lo. Os ciganos costumam ter, nesse altar, as imagens dos santos de sua devoção, entre os quais é obrigatória Santa Sara.

Alguns Espíritos Ciganos

As pessoas que trabalham com espíritos ciganos sabem descrever em detalhes as características de muitos deles. A lista a seguir é um resumo de informações encontradas em livros, se alguém encontrar alguma diferença entre esses dados e sua experiência pessoal, leve em conta que essas variações podem ocorrer quando se trata da manifestação de entidades do mundo espiritual. Note também que esta lista nem de longe esgota o total de espíritos ciganos, conhecidos por seus devotos.

CARMENCITA – cabelos e olhos pretos; Cor: coral; Perfume: patchuli; Objetos: moedas, lua; Poder de magia: amor, união.
ESMERALDA – cabelos louros, olhos verdes; Cor: verde-claro; Perfume: sândalo; Objetos: tiara com moedas, pedras verdes, signo - salomão; Poder de magia: dinheiro.
IAGO – jovem, moreno; Cor: violeta; Perfume: violeta; Objetos: moedas, cristal lilás; Poder de magia: Cura.
MADALENA – cabelos e olhos pretos; Cor: multicor, predominando cor-de-rosa; Perfume: alfazema; Objetos: moedas presas na roupa, pulseira com talismã; Poder de magia: amor, união.
PABLO – cabelos e olhos pretos; Cor: vermelho; Perfume: Floral; Objetos: cordão com moeda, chapéu preto; Poder de magia: negócios.
PALOMA – cabelos e olhos pretos; Cor: multicor, predominando amarelo; Perfume: verbena; Objetos: punhal, cristal vermelho; Poder de magia: proteção.
RAMUR – cabelos e olhos pretos; Cor: vermelho; Perfume: floral; Objetos: ferradura, ferro; Poder de magia: proteção, segurança.
SALAMANDRA – ruiva; Cor: vermelho; Perfume: flores do campo; Objeto: fogueira; Poder de magia:limpeza, cortar feitiço.
SANDRO – cabelos e olhos pretos; Cor: verde; Perfume: benjoin; Objeto: punhal, moedas; Poder de magia: prosperidade.
SULAMITA – cabelos e olhos pretos; Cor: azul e amarelo; Perfume: Verbena; Objetos: cristal, folhas de árvores frutíferas; Poder de magia: união, proteção.
WLADIMIR – usa cavanhaque, jovem; Cor: azul-claro; Perfume: âmbar; Objetos: lenço no cabelo, argola na orelha, cordão com signo-salomão e sol; Poder de magia: união.
ZAÍRA – cabelos e olhos pretos, casada; Cor: azul-claro; Perfume: Acácia; Objetos: jóias prateadas; Poder de magia: amor.

POVO CIGANO

Para entender o que ocorre hoje em relação à magia cigana no Brasil, é necessário distinguir entre os ciganos reais e os simbólicos. Os ciganos reais tendem a seguir a religião dominante no país em que vivem; assim, no Brasil, a grande maioria deles se diz católica, onde vem crescendo a sua ligação com a Umbanda.
É justamente aqui que surgem os ciganos simbólicos: desde o início, a Umbanda incluiu no seu panteão, povos de diversas origens, incluídos na linha do Oriente. Foi aí que os ciganos se incorporaram à Umbanda. A princípio, era apenas mais um pequeno grupo de entidades, a que a imaginação popular dava um aspecto e um comportamento estereotipados, inspirados na visão romântica dos ciganos. Freqüentemente, essas entidades tinham personalidades poucas definidas, como a “Ciganinha” ou a “Cigana da Estrada”, com o tempo, entretanto, ocorreu uma mudança. Embora não se possa dizer qual é o peso disso no total da população cigana no Brasil, o certo é que alguns ciganos, ou descendentes deles, aproximaram-se da Umbanda.
O intercâmbio entre as duas culturas teve como resultado a sofisticação crescente do trabalho com espíritos ciganos, que adquiriu feições próprias, quase independentes do restante do culto. Hoje em dia, muitas pessoas que trabalham com espíritos ciganos não se consideram de Umbanda e realizam sua devoção de forma independente de qualquer culto organizado: é um culto essencialmente individual e doméstico, resultante, em geral, da simpatia ou da curiosidade a respeito dos ciganos. Essas pessoas tendem a seguir também as devoções dos ciganos reais, inseridas no catolicismo. A religião formal seguida pelos ciganos é complementada pela crença no sobrenatural, trazida de suas origens indianas e das regiões por onde passaram (principalmente a Europa Central e a Mediterrânea), onde ainda hoje sobrevive a bruxaria originária da antiga religião da natureza. Muitas dessas crenças podem ser encontradas entre as práticas mágicas da população brasileira herdadas talvez em parte diretamente dos ciganos.
A festa mais importante comemorada pelos ciganos e o dia de Santa Sara (24/25 de maio). Desde 1997, os ciganos comemoram também o dia de São Zeferino, o primeiro beato (e futuro santo) cigano.
Santa Sara – segundo relato cristão, poucos anos depois da morte de Jesus, José de Arimatéia fugiu da Palestina, levando consigo a Maria Jacomé, Maria Salomé, Lázaro e suas irmãs Maria e Marta. Esse grupo aportou na costa francesa na foz do rio Ródano, a partir de onde Lázaro realizou seu trabalho apostólico por toda a província romana da Gália; o local tornou-se, por isso, um dos grandes centros de peregrinação da Europa Medieval.
O resultado do encontro da religião antiga com as novas crenças cristãs foi o surgimento, na região, do culto de uma santa negra, provavelmente o sincretismo da Grande Mãe-Terra pré-cristã com a Virgem Maria (o que foi muito comum na Europa, durante a Idade Média).
De acordo com uma lenda, o grupo de José de Arimatéia trouxera uma escrava negra chamada Sara; outra versão diz que Sara era uma habitante do lugar, que acolheu os exilados, seja como for, cresceu na região da Camargue o culto de Santa Sara. Embora Sara não seja canonizada (e seja, possivelmente, uma figura lendária), é aceita pela igreja como uma santa popular regional.
Quando os ciganos chegaram à região, em meados do século XV, já encontraram estabelecida a devoção à santa negra. Seu aspecto lembrou-lhes uma importante deusa hindu, geralmente cultuada pelas castas inferiores, Kali, a negra, consorte de Shiva (o destruidor), que representa o lado ameaçador da Grande Mãe. Assim, para os ciganos, Santa Sara tornou-se Sara Kali, passando a ser com o tempo a grande padroeira de todos os ciganos.

São Zeferino – Zeferino Gimenez Malla foi um cigano nascido na Catalunha (Espanha) em 1861; seu apelido era “El Pelé”. Comerciante de cavalos, Zeferino levou vida nômade até os quarenta anos, quando fixou residência na cidade espanhola de Barbastro, aonde chegou a ser o patriarca dos ciganos. Seguidor da religião católica, tornou-se catequista, apesar de ser analfabeto. Muito caridoso, auxiliava ativamente todos os pobres da região. Em 1936, Zeferino, com 75 anos, tentou defender um padre que estava sendo maltratado por milicianos. Preso, foi fuzilado na noite de 09 de agosto, junto com outros prisioneiros. A data comemorativa de “São Zeferino do Cavalo Branco” é 4 de maio em que o cigano foi beatificado.
As oferendas e os feitiços relacionados aos espíritos ciganos misturam o estilo da magia européia com alguns elementos da magia de origem africana. Assim, predominam as oferendas e simpatias colocadas em lugares exteriores, os banhos aromáticos, os ingredientes nacionais (frutas, pimentas, cereais, feijões e especiarias de uso comum) os potes de barro, mas também são usadas poções, velas, defumações, cristais, moedas, pregos, etc... de origem européia.

Magia Cigana

Pote da Prosperidade: Compre um pequeno pote de barro. Providencie pequenas porções de todos os tipos de grãos alimentícios que puder encontrar: arroz, cevada, milho, trigo, feijão, lentilha, ervilha, etc), trigo mourisco, além de folhas de louro e saquinhos com farinha, café e açúcar. Providencie também algumas moedas. Num dia de Lua Cheia, arrume no pote camadas sucessivas dos grãos e das farinhas, intercalando com as moedas e as folhas. Coloque esse pote junto à imagem cigana e ofereça-o ao espírito cigano (corrente cigana), junto com uma vela, um defumador e um copo de água mineral, peça-lhe prosperidade e fartura para seu lar e seu trabalho. Troque os cereais uma vez por ano, reaproveitando o pote e as moedas e despachando os produtos perecíveis sob uma árvore.

Cesta para o Espírito Cigano: Fazer esta oferenda uma vez por mês, na Lua Crescente ou Cheia; ou sempre que quiser fazer um pedido especial ao espírito cigano (corrente cigana). Providencie uma cesta de palha; papel laminado, tecido ou papel de seda na cor preferida do espírito cigano ao qual vai oferecer a cesta; frutas variadas, com exceção das muito ácidas (abacaxi, limão); uma garrafa de vinho; flores, adereços e objetos do gosto do espírito cigano, como jóias, moedas, lenços, fitas, baralho, incensos, Também podem utilizar doces e pães. Forre a cesta com o papel ou tecido, arrume dentro os alimentos e os objetos, coloque a cesta junto da boneca ou da imagem cigana, com a vela e o incenso acesos. No dia seguinte, faça uma refeição de comunhão com seus parentes e amigos, utilizando os alimentos da cesta. Coloque as flores no pé de uma árvore e guarde os outros objetos para quando quiser repetir a oferenda.

Ritual para as bênçãos de Santa Sara a fim de trazer mais alegria, energia e força do Povo Cigano: Montar um altar com uma toalha branca ou uma colorida com detalhes dourados.Escolha a cor da vela pela energia que quiser trabalhar, podendo também acender 3 velas e trabalhar com as 3 energias juntas: a vela azul para proteção; a amarela para a área profissional e a vermelha para a área amorosa. Se optar pelas 3 velas, formar um triângulo com elas, colocando os outros elementos dentro do triângulo. Sete moedas douradas, uma cesta com frutas, flores coloridas, incensos, fitas coloridas, menos a preta, para decorar.
Ofereça e consagre todos os elementos a Deus Pai, à Sagrada Mãe, à Santa Sara Kali, aos ciganos da luz e peça a concretização de bom emprego, abertura na área profissional, na vida amorosa, fartura, abundância material e espiritual, saúde para aproveitar todas as oportunidades e proteção contra todos os males. Estenda estes pedidos aos seus familiares e a todos ligados a você. Se colocar a vela de sete dias reforce durante os sete dias os pedidos e não se esqueça dos agradecimentos. Encerrar com uma Oração a Santa Sara:
“Santa Sara, pelas forças das águas, pelas forças da lua, pelos seus mistérios.
Eu, filho do vento, da lua, das estrelas. Venho pedir proteção para mim, para minha família - Para os meus amigos e para os meus inimigos - Para minha casa e para todos que vierem bater em minha porta. Que eu tenha sempre uma palavra de amor, de carinho e de esperança. Amém!”
Ao preparar esses rituais coloque músicas alegres, entre com respeito e amor no espírito do Povo Cigano e faça-os de coração.
Trechos retirados do livro: Guia de Religiões Populares do Brasil, de Eneida D. Gaspar e do texto de Telma Aparecida

Fonte:http://www.umbandacarismatica.org.br/paginas/juca.html
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domingo, 28 de novembro de 2010

Brasília comemora Dia Nacional dos Ciganos no circo

O Dia Nacional do Cigano, comemorado em todo o país no dia 24 de maio, dia de Santa Sara Kali padroeira dos ciganos, teve ontem em Brasília, uma programação especial voltada para o segmento da capital federal e toda a região do Entorno. As comemorações, que contaram com a participação de mais 20 representantes de comunidades ciganas de outros estados, começaram pela manhã, quando as lideranças ciganas foram recebidas para uma audiência pública no Senado Federal sobre Direitos e Cidadania Cigana.

No período do tarde, a partir das 14 horas, eles participaram no Circo Unicirco Marcos Frota, no Complexo Cultural da República, de uma oficina sobre o Prêmio Culturas Ciganas 2010. A oficina foi ministrada pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), responsável pela realização do concurso, cujas inscrições ficarão abertas até o dia 12 de julho de 2010. O Edital premiará 30 iniciativas envolvendo trabalhos, individuais ou coletivos, que fortaleçam as expressões culturais ciganas e contribuam para a continuidade e manutenção das identidades dos diferentes clãs e povos presentes no Brasil.

Depois da oficina, no mesmo local, como parte da programação do Unicirco, foi realizado o espetáculo Brasil Cigano que contou com a apresentação de três grupos de dança cigana. O primeiro grupo era formado por senhoras idosas, que fazem dança cigana no SESC-Brasília; o segundo por ciganas da comunidade Calon de Brasília; e a terceira apresentação, homenageando o Dia do Cigano, foi feita pelos próprios bailarinos do Unicirco antes do número de trapézio.

“Essa homenagem é muito importante porque o povo cigano faz parte da construção da história desse país”, afirmou o secretário substituto da SID, Ricardo Lima que representou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, na cerimônia. Já Marcos Frota disse que o espetáculo celebrava também a luta do povo cigano contra o preconceito. “A discussão da cultura cigana possibilita a consciência de cidadania. Precisamos que todos os segmentos da sociedade se mobilizem para a valorização da cultura cigana, que é milenar e está cada vez mais forte” Frota lembrou que a arte circense deve muito aos ciganos que fundaram os primeiros circos na Europa.

O subsecretario nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Perly Cipriano, acrescentou afirmando que a SDH aproveitou a ocasião para levar ao conhecimento, do povo cigano programas sociais como o Bolsa Família e o Registro Civil de Nascimento. Perly citou ainda na cerimônia o lema cigano que diz: “O céu é meu teto, a terra é minha pátria e a liberdade minha religião”.

Os Calons do DF

A maioria dos ciganos presentes na cerimônia, cerca de 200, era formada por membros do Klã Calon que costuma acampar no Entorno do Distrito Federal. A comunidade é constituída de aproximadamente de 2.500 pessoas, de acordo com informações do presidente da Associação dos Ciganos Calon de Brasília e Entorno (ACC-DF), Elias Alves da Costa. Segundo ele, os Calons começaram a vir para o Distrito Federal na década de 70. “Ainda temos uma vida muito difícil, porque somos discriminados por sermos ciganos”, conta ele.

Ainda de acordo com Costa, a comunidade sobrevive da confecção, pelas mulheres, de roupas e panos de pratos. “Mas fazemos questão de manter a nossa cultura e os nossos costumes”, afirma o presidente da ACC-DF, que nasceu em uma barraca e criou todos os filhos nos acampamentos. “Nós fazemos questão de ensinar a nossa dança e o respeito aos mais velhos às nossas crianças”, ressalta ele. Segundo Costa um ponto forte da comunidade cigana é a união. “Sempre damos a mão ao outro quando ele precisa”, garante.

A Homenagem ao Dia Nacional do Cigano em Brasília foi realizada pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da identidade e da Diversidade Cultural, pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pela Coordenação para Assuntos de Igualdade Racial da Secretaria da Justiça do Governo do Distrito Federal e pela Universidade Livre do Circo (Unicirco).

(BRASÍLIA/27/05/2010).

Veja mais informações sobre o Edital e confira os locais e data das próximas oficinas na página da SID/MinC www.cultura.gov.br/diversidade ou pelo endereço eletrônicopremioculturacigana2010@cultura.gov.br.

Confira o Edital.
Acesse a Cartilha.

(Heli Espíndola-Comunicação/SID)

 

Autor: Karina Miranda

Categoria: Culturas Ciganas, Diversidade Cultural, Identidade e Diversidade, Notícias, Notícias da SID, Políticas, Programas e Ações, Povos e Comunidades Tradicionais

Tags: Dia Nacional do Cigano, SID/MinC

Cirque Du Soleil

HISTÓRIA DO CIRCO...UMA DAS TRADIÇÕES CIGANAS!

Descubra como é a vida de um artista circense - MGTV (Globo)

Vida de Circo...

Talvez Amália tivesse uma alma cigana...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

UMA HOMENAGEM AOS CIGANOS DE PORTUGAL...UM FADO!

ettanTRAGO FADO NOS SENTIDOS!
                                                                                  ( CLIQUEM NO LINK ACIMA...)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LETRA DA MÚSICA "GITAN"...

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GItan,
je revais enfant
de vivre libre comme un gitan
Je voyais des plages
de sable noir
ou couraient des chevaux sauvages
Et je dessinais dans mes cahiers
les sentiers secrets
Des montagnes d'Espagne
Gitan,
quand plus tard
j'apprenais mes premiers accords de guitare
sur les routes je partais sans bagages
en revant d'autres paysages
Ou je suivais les gens du voyages
dans leurs caravanes
au son des violons tziganes
(refrain)
Vivre ma vie comme un gitan
avoir la musique dans le sang
et pour l' amour n'avoir dans la peau
qu'une seule femme a la fois,
Vivre ma vie comme un gitan,
vivre ma vie comme je l'entends
avoir la liberté pour drapeau
sans foi ni loi pour credo
Gitan
je le suis et le resterais
le temps de mon vivant
Mes guitares sont d'Amérique
Et mes paysages
de grands espaces blancs
ou je roule dans ma caravane
En éternel exil
Dans la jungle des villes
(refrain)
Laï - Laï -Laï -Laï
Vivre ma vie comme un gitan
avoir la musique dans le sang
et pour l' amour n'avoir dans la peau
qu'une seule femme a la fois,
Laï - Laï -Laï -Laï
Vivre ma vie comme un gitan,
Gagner ma vie de l'air du temps
avoir la liberté pour drapeau
sans foi ni loi pour credo
Laï - Laï -Laï -Laï
Vivre ma vie comme un gitan



Gitan (tradução)
Cigano,
Criança, eu sonhava em viver livre como um cigano.
Via praias de areia preta onde corriam cavalos selvagens
E desenhava nos meus cadernos 

os caminhos secretos das montanhas da Espanha.
Cigano,
Quando mais tarde eu aprendia os meus primeiros acordes no violão,
E nas estradas eu partia sem bagagem,

 sonhando com outras paisagens,
Onde ia seguindo o povo viajante nas suas caravanas,

 ao som dos violinos ciganos
(refrão)
Viver minha vida como um cigano ...
Ter a música no sangue,

e para o amor tendo na pele,
uma só mulher de cada vez...

Viver minha vida como um cigano,

viver minha vida como a quero...
Ter a liberdade como bandeira,

sem lei ou fé, como credo...

Cigano,
Eu sou e ficarei enquanto eu viver!
No meu violão o som da América,

e minhas paisagens de grandes espaços brancos, 
Que percorro na minha caravana
em eterno exílio, na selva das cidades


(refrão)
Viver minha vida como um cigano...
Ter a música no sangue, 

e para o amor ter na pele, uma única mulher de cada vez...
Ganhar minha vida sem preocupação ,
Ter a liberdade por bandeira, sem lei ou fé como credo...



(MÚSICA CANTADA POR GAROU,CANTOR DE ORIGEM CANADENSE)
(FOTOGRAFIA DE UMA FESTA CIGANA,ONDE APARECE ,ATRÁS DA FOGUEIRA,O CANTOR  CIGANO ( brasileiro) JOÃO VÍTOR).

sábado, 13 de novembro de 2010

ABISMOS...

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Escrevo dentro da noite.

Estou só.

Lá fora há mais trevas do que estrelas,

como há cavernas escuras dentro de nós,

onde nunca penetramos,

talvez com medo de saber verdades.

Que imenso oceano!

Que abismos profundos!

Quanta mágoa escondida...

Quantos sonhos pisados

como flores esmagadas

pelos pés afoitos e egoístas

daqueles que passam

sem nos ver...

Quanto tempo perdido

A lamentar mais tarde!

Que mistério insondável

é o ser humano...

Somos, quem sabe,

como espelhos quebrados...

Em mil pedaços esparsos,

os sentimentos partidos,

estilhaçados... enterrados

bem fundo, no coração!

E a cada respiração

que nos traz vida

sentimos doer velhas feridas,

numa dor funda,

ardida,

sem consolação!

Somos como os mares, volúveis...

Ao sabor dos ventos ou das nuvens,

das marés variáveis, de correntes

profundas...

De abismos desconhecidos

mas que atraem...

Com suas canções estranhas

de sereias!

(CEZARINA MACEDO CARUSO-2003).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POESIA DE VIVIANE RIBEIRO...BLOG "VERSOS GITANOS"...

Arte cigana...

Arte em suas mais diversas expressões, permitiu aos ciganos uma forma de mostrar sua cultura, sua história e seus pensamentos.
Só o verdadeiro cigano, sabe transformar um lamento em canção, em poema e cantar e encantar...É uma pena que aos olhos da ignorância, esses detalhes escapam.
Acreditar que a arte cigana só retrata a ilusão é digno de quem acha que nos conhece e 
que muitas vezes, não vê que esse tipo de crítica, também é uma forma de preconceito.Existem vários tipos de protestos, não precisamos travar guerras para nos defender...""Quando o cigano sofre, é quando mais canta"
"Deixem que os ciganos levantem sua própria bandeira."
OPTCHÁ ROMAH!!!

VIVIANE RIBEIRO (BLOG "VERSOS GITANOS").

UMA POESIA DE AUTOR CIGANO...

In vino veritas

No vinho está a verdade
e todas as minhas manhãs
toda a minha tristeza e a minha sorte
as minhas lágrimas, a minha riqueza,
os meus amores, a minha saúde.
Não tenho mais ninguém no mundo,
não tenho amigos,
me restou só a tenda,
os meus violinos quebrados,
os meus ventos matutinos.
Esqueci o tempo
em que estava sóbrio
a minha razão a levou o vinho.
Quando morrer
também estarei embriagado.
Para os outros não fica bem,
mas para mim está bem assim.

Ánde mol hi o chachipé

Ánde mol hi o chachipé
i sa me tehariná
sa mi túga the mi bax,
me asvá, mo barvalipé,
mi ljubáv, mo sastipé.
Man víshe níko ináj po thém,
ináj ma amalá,
josh sámo achilá mi tsáhra,
me ichardé chemáne,
me teharináke bahvaljá.
Bistardém kaná trézno semá
mo razúm e mol lijá.
Kaná meráva, mató ka aváv.
Pála nikaté ináj shukár,
mánge hi shukár i gadijá.

uma-arvore

Semso Avdic

Rom xoraxanó nascido em Banja Luka aos 11/2/1950, em uma família já sedentarizada.
Tornando-se adulto, Semso decidiu fechar para sempre a porta de casa e tornar-se novamente nômade, realizando assim um sonho que tinha desde menino.
Vive em perfeita coerência com a vida que escolheu, partilhando alegrias, ansiedades e dores com sua gente, mudando-se de país para país, sofrendo frequentemente as contrariedades e as humilhações que a sociedade dos gadjê impõe a quem vive de maneira diferente.
Vencedor do terceiro prêmio de poesia na edição de 1986 do concurso "Nosside"(Messina), exprime através de palavras simples sentimentos profundos e intensos
.( Extraido do site italiano que divulga a cultura Romani "O Vurdón". )

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lindas rosas...e uma oração cigana!

ORAÇÃO CIGANA

Salve o Sol, a natureza, o Orvalho da Manhã !

Salve Deus todo Poderoso,

que me dá a felicidade de tomar a benção de toda a Natureza.

Salve o Vento, o Sol, a Chuva, as Nuvens, as Estrelas e a Lua !

Salve as forças das Águas, a Terra, a Areia e o Solo fértil !

Que belo seja seu remédio !

O Pão que parto à mesa, seja multiplicado !

O trigo que trago comigo, seja minha propriedade.

O Universo me abrace.

E que os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar,

me dêem as forças necessárias para todas as dificuldades de minha vida.

Meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre,

com toda a pureza dos Elementais, dos Anjos Mensageiros de Deus

e da nossa Rainha Santa Sara Kali.Amem!

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sábado, 2 de outubro de 2010

Ciganos...

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A lua anda alta nos céus.
Pelos caminhos escuros        estilo-cigano                                                                                                   
escuto seus cantares...
Soam violões e, a noite
transborda música
no cálice dos instantes...
Como um líquido rubi
o vinho se derrama.
Filhos do vento,
irmãos das estrelas
de coração ardente
a pulsar liberdade...
Ah! Irmãos meus!
A seguir o Sonho e a Poesia,
na inquieta trajetória
das estradas sem fim...

poi
Cezarina Macedo/2010.


                                                                           
                                                                                                         

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

POESIA DO POETA CIGANO "SPATZO"...

SINTO.  

                                               OgAAAA1ets9oyaC5Mxjo2tH-aQmRsnLrtqQlpH2dy6_r7SbQxiaMFEXmnqXsPsdxmgK4Wvj6YrUXLjVlYuI21x3i6z8Am1T1UC_buQz7lLXDBv9gm5hTJGPe9fN3                                                                                           
Sou um Sinto                           VITOR MAYER PASQUALE( SPATZO).    
vivo na prisão                           

na minha dor.

Bebo a luz
do sol.

Nos meus sonhos
colho as flores
de todos os jardins.
Trançarei para você uma coroa
com todas as estrelas
do céu,
com todas as estrelas
do universo.

Vida obscura
quando você está sózinho
com a tristeza
na miséria.
Chora o meu coração
a vida livre,
choram os meus olhos.

Com as lágrimas
escreví nas asas
de uma andorinha:
entregue-me a minha vida livre.
Que eu possa morrer
sob um pequeno pinheiro,
como um Sinto.*

* Sinto =  pardal. 
VICTOR MAYER PASQUALE (SPATZO).

Spatzo (Vittorio Mayer Pasquale)

Spatzo na lí ngua dos ciganos  Estrekárja significa "passarinho", um apelido que nos traz aquele senso de liberdade frequentemente relembrada por este poeta que, no decorrer da sua vida, conheceu momentos de intenso sofrimento. Através de suas poesias, diante das adversidades da sorte, Spatzo demonstra que soube conservar intacta aquela alma cigana, feita de coisas símples e imediatas.( Extraido da versão brasileira do site italiano  "O Vurdón ".

GARCIA LORCA...

  PEQUENA BIOGRAFIA DE UM GRANDE POETA ANDALUZ...                                                                                                                                                                                                                                                                           Garcia Lorca foi o maior poeta andaluz de todos os tempos. Através dos seus célebres livros, ele demonstrou a arte do flamenco e a poesia dos povos andaluzes de forma lirica e poética. Lorca nasceu em Fuentevaqueros (Granada) em 5 de junho de 1898 e morreu em agosto de 1936, vítima da Guerra Civil Espanhola  com que se envolveu intimamente.
Em 1928, publicou o "Romancero Gitano" contendo 18 poemas que honram as suas origens sul-hispanicas.

SUAS OBRAS

2.1 - Poemas
Libro de Poemas
Poema del Cante Jondo
Primeras Canciones
Canciones
Romancero Gitano
Poeta en Nueva York
Llanto por Ignacio Sánches Mejías
Seis Poemas Galegos
Divan del Tamarit
Poemas Sueltos
2.2 - Dramaturgia
Mariana Pineda
La Zapatera Prodigiosa
Bodas de Sangre
Yerma
La Casa de Bernarda Alba
Sua obra homenageia, entre outras coisas ,os pueblos gitanos e andaluzes.

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

UM MINI CONTO…

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AMOR       CIGANO                                                                                                                                                                                                                                                           Juan Miguel Herrera desceu do avião e atravessou a enorme passarela em direção às dependências modernas do aeroporto. Teve que aguardar meia hora pelas suas bagagens. Quem o visse naqueles momentos em sua aparente calma, não suspeitaria do fogo oculto em seu coração, de seu caráter apaixonado, da sua perseverança quando desejava obter alguma coisa, enfim de sua alma cigana.
Juan exibia uma personalidade de traços fortes, resultado do sangue espanhol de seu pai e, principalmente do sangue Kalon, de sua mãe que pertencia a um Clã cigano da Península Ibérica.
Momentos depois já de posse de suas bagagens, duas malas de couro negro e macio, parado à beira da calçada, esperava numa longa fila o táxi que o levaria ao hotel.
Tinha uma bela e elegante aparência aquele jovem de 3o anos: cabelos semi-longos de um negro luzidio e profundo, emoldurando um rosto anguloso, cujo queixo quadrado evidenciava ainda mais os traços gitanos... Os olhos, de um verde transparente, como duas líquidas esmeraldas, tinham um jeito penetrante, misterioso de olhar as pessoas... Ele as mirava direto, fixamente,como se entrasse em suas almas,descobrindo segredos. Um olhar de lobo.
O nariz reto, de narinas arfantes e belas, realçava uma boca larga de lábios decididamente firmes e sensuais... A sombra de uma barba escura evidenciava o semblante másculo e atraente. Mas o que chamava atenção eram os cílios escuros e longos em contraste com o olhar claro e magnético! Uma figura apaixonante.
Mas havia algo nele, em todo esse conjunto de eletrizante beleza, que o tornava ainda mais enigmático: certo quê de revolta contida... Um ar de felino espreitando nas sombras pronto para saltar sobre a presa. Uma inquietante sensação de incerteza das suas reações no instante seguinte.
Que segredos estavam escondidos naquela alma indevassável e inquieta?
Ylana  aguardava, sentada a uma mesa, num canto resguardado por um biombo chinês, cujas pinturas delicadas em cada um dos quatro painéis de papel de arroz traziam recordações da China Imperial, naquele restaurante em estilo vitoriano.
O filho de Hernandez, (um amor de seu passado ) lhe telefonara na noite de sua chegada e haviam combinado encontrar-se naquele lugar para unir um jantar agradável a uma conversa necessária sobre negócios.Pusera a casa sua casa à venda por dificuldades financeiras.O grande casarão em estilo vitoriano estava na familia à gerações.Hernandez fora seu professor na Universidade e seu primeiro amor .Tinha vinte anos mais que ela.Não dera certo o romance pelo preconceito de sua familia. No aconchegante salão havia oito mesas de quatro cadeiras, cada uma recoberta por alvas toalhas de cetim adamascado. Ao centro das mesas um pequeno abajur de bronze dourado com cúpula de vidro fosco, estilo Arte Nouveau, que lembravam flores róseas.
Ylana tentava disfarçar sua impaciência, mas evidenciava sua inquietação nas mãos que retorciam um guardanapo à sua frente. O grande relógio marcava 20.35 h quando o rapaz chegou ao restaurante quase cheio.
Ylana sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha. Suas mãos suavam nervosas.
Os olhos verdes a miravam diretamente. A boca sorria mostrando uma fileira de dentes perfeitos. Mãos morenas apertaram as suas, quentes e macias.
O homem puxou a cadeira à sua frente e sentou-se. Tudo nele exalava uma aura de elegância e finesse. Entretanto a moça teve a súbita sensação de estar à espreita, numa situação de presa sendo cobiçada por um felino ágil... Que estranha sensação seria essa?
Meu pai lhe manda um abraço Srta “... Entre uma garfada e outra e um gole de vinho cor de âmbar, Ylana e Juan iniciaram uma conversa superficial, mas politicamente correta,como acontece , comumente ,entre  pessoas que ainda não se conhecem.
Pairava no ar, entre os dois um clima de tensa expectativa. Os olhos de Juan Miguel, magnéticos, atraiam o olhar da moça e a faziam tensa. Porém,lentamente foi sentindo-se melhor,mais a vontade.
.Talvez,por efeito do vinho,relaxara as defesas e logo a conversa tornou-se mais amena e gentil...Talvez pela atmosfera mágica daquele lugar aconchegante,pelo ruído da chuva que caia agora mais fraca,lá fora,pelo vinho que já haviam tomado quase todo,fosse pelo que fosse,os dois deixavam-se atrair...Aquela sensação prazerosa,sensual que sempre flui entre homem e mulher em plena força de sua mocidade,acontecia agora,quase palpável,forte,entre Ylana e Juan.
As mãos que se seguravam sobre a mesa,o afago doce daqueles dedos longos e morenos,o olhar profundo e verde do jovem faziam arder a pele clara de Ylana...Mil sensações despertadas faziam a moça sentir um desejo louco e arrebatador por aquele homem atraente que trazia consigo a sensualidade e o mistério dos Filhos do Vento, do Povo dos caminhos... Contou-lhe sobre o passado... Sobre sua paixão por Hernandez... Enquanto ouvia, Juan mantinha o olhar semicerrado, como se vislumbrasse as cenas... Aos poucos iam se tornando mais próximos, mais íntimos. A moça,pela solidão amorosa em que vivia,permitia-se mergulhar naquela maravilhosa sensação de estar sendo desejada, querida... O rapaz, atraído pela beleza e sensualidade da jovem mulher,pelo calor que dela emanava,cumpria com prazer redobrado aquilo que a Natureza espera sempre de um homem: a conquista da fêmea.
Na penumbra que os rodeava, escondidos de todos os olhares pelo vidro fosco do biombo chinês, seus lábios se procuraram, ávidos, selando com um beijo um pacto amoroso...
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Na penumbra de seu quarto solitário jazia a escritora.
Sentada à escrivaninha de mogno escuro,debruçada sobre os papéis onde digitara o ultimo capítulo de seu romance,adormecera...
A bela cabeça loura,as faces levemente rosadas,Ylana dormia à sono solto,vencida pelo cansaço.Pela janela aberta entrava a brisa da noite,perfumada e fresca,trazendo consigo os sons misteriosos da escuridão.

Na cama desfeita,sobre um dos travesseiros alvos repousava uma rubra rosa vermelha, ainda trazendo gotas do orvalho noturno em suas pétalas...


"Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.
Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.**

** Trecho da Poesia de Ramón Jimenez "EU NÃO VOLTAREI".

( MINI-CONTO DE AUTORIA DE CEZARINA MACEDO CARUSO/2009).

domingo, 26 de setembro de 2010

NÓS,CIGANOS...AMEN,ROM...

NÓS,CIGANOS...


Nós,ciganos somos  um  povo pacífico.

Amamos a natureza e a Liberdade!

Nos agrada respirar o cheiro do vento,carregado pelos aromas da terra agreste e fértil... Gostamos de caminhar à noite,sob a luz da Lua e das estrelas brilhantes.

Não temos apego à nada, a não ser um forte sentimento de amor e união pela nossa familia e pela nossa gente.As coisas materiais as usamos segundo a nossa necessidade...Vivemos o momento presente... o futuro só Dhiel (Deus) sabe!

Somos muito sentimentais e também muito ardentes e intensos em nossas emoções.

Nossas juras e nossas promessas são sagradas e nunca as esquecemos!Nossa fidelidade à palavra dada é uma questão de honra!

Nos acalenta o coração o mistério da noite,o calor aconchegante das nossas fogueiras, o alegre crepitar das chamas...

Somos de todas as artes: exímios musicistas,poetas,cantores,dançarinos vibrantes  e alegres,pintores e artesãos talentosos... Artistas circenses e de todos os palcos!
Somos muito intuitivos e quando é necessário,utilizamos nossos dons mediúnicos para fazermos oráculos:cartas,bola de cristal,dados,folhas de chá(teimancia),borra de café(cafeomancia),leitura de mãos(quiromancia) e outras formas de predizer o futuro das pessoas ... Nascemos assim,místicos.
Nossa pátria é o mundo inteiro e nos orgulhamos de nosso sangue,de nossas   tradições! A paixão pela Vida nos inflama e,a fé em Deus,em Nossa Senhora,nos Santos e em nossa Mãe Sara kali nos dá forças para vencer todos os sofrimentos!

Cremos na reencarnação,na vida após a morte e nos espíritos...

Acreditamos nos espíritos da natureza,dos quatro elementos:fogo,terra,água e ar que nos auxiliam em nossas magias para o Bem e nas nossas andanças pelo mundo. 

Acostumados às perseguições e ao preconceito dos gadjês (não ciganos) aprendemos a viver cada minuto como se fosse o último,extraindo dele toda alegria,paz e contentamento possíveis!

Mesmo diante de grandes perigos ou de grandes perdas e injustiças,erguemos nosso olhar para o alto, invocamos a justiça Divina e,seguimos em frente.

Somos ciganos e se tivermos liberdade,uma fogueira para nos aquecer e nossos instrumentos musicais para alegrar nossas almas,estaremos plenamente felizes e em paz!
                                                                                                                        
Um Espírito  Cigano.(Canalizado por CEZARINA/2010.)