sábado, 13 de novembro de 2010

ABISMOS...

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Escrevo dentro da noite.

Estou só.

Lá fora há mais trevas do que estrelas,

como há cavernas escuras dentro de nós,

onde nunca penetramos,

talvez com medo de saber verdades.

Que imenso oceano!

Que abismos profundos!

Quanta mágoa escondida...

Quantos sonhos pisados

como flores esmagadas

pelos pés afoitos e egoístas

daqueles que passam

sem nos ver...

Quanto tempo perdido

A lamentar mais tarde!

Que mistério insondável

é o ser humano...

Somos, quem sabe,

como espelhos quebrados...

Em mil pedaços esparsos,

os sentimentos partidos,

estilhaçados... enterrados

bem fundo, no coração!

E a cada respiração

que nos traz vida

sentimos doer velhas feridas,

numa dor funda,

ardida,

sem consolação!

Somos como os mares, volúveis...

Ao sabor dos ventos ou das nuvens,

das marés variáveis, de correntes

profundas...

De abismos desconhecidos

mas que atraem...

Com suas canções estranhas

de sereias!

(CEZARINA MACEDO CARUSO-2003).

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